O aumento da qualidade e do volume de
produção da agricultura gaúcha através do melhoramento genético é a missão para
a qual o professor Antonio Costa de Oliveira da Faculdade de Agronomia da
Universidade Federal de Pelotas (UFPel) tem dedicado sua carreira. O
pesquisador coordena o Centro de Genômica e Fitomelhoramento (CGF) da
universidade, núcleo de pesquisas de renome internacional.
Criado em 1998, o núcleo tem
contribuído de maneira decisiva na pesquisa e capacitação profissional
relacionada às áreas de melhoramento genético vegetal, biotecnologia, genética
quantitativa, estudos básicos e aplicados em genética e genômica vegetal. A
importância do CGF no cenário mundial da pesquisa genética vegetal teve um
grande impulso no ano 2000, quando a instituição passou a representar o Brasil
no consórcio internacional que decodificou o genoma do arroz, trabalho que foi
publicado em 2005 na revista científica Nature. “Isso ajudou a avançar nosso
desenvolvimento. Montamos melhores laboratórios e investimos em recursos
humanos”, explica.
A participação da instituição em
projetos internacionais continua expressiva. Atualmente, o centro está
trabalhando em um projeto financiado pela União Europeia para estudar genes que
regulam o florescimento em plantas. “Pela nossa expertise em arroz, fomos
convidados a participar usando essa gramínea como modelo, uma das poucas
culturas de importância econômica que estão sendo trabalhadas”, comenta
Oliveira. Devido à sua contribuição neste campo, o Centro de Genômica da UFPel
chegou a receber um prêmio da União Europeia pela sua participação no projeto.
Um dos trabalhos importantes
desenvolvido pelo Centro de Genômica diz respeito ao desenvolvimento de
constituições genéticas superiores de aveia. Desde 2000, a instituição já
lançou seis variedades do cereal. “No programa de aveia desenvolvemos toda a
cadeia do processo, desde a pesquisa genética até a disponibilização de
cultivares aos produtores”, explica o professor. O CGF integra, desde 1998, uma
rede de pesquisa denominada Comissão Brasileira de Pesquisa de Aveia (CBPA),
que define e pondera sobre o lançamento de novas constituições genéticas no
mercado, além de ser uma importante forma de intercâmbio de informações e
pesquisa. Em abril, ocorreu o lançamento de mais uma cultivar do CGF: a FAEM
Dilmasul, que se encontra em processo de registro e produção de semente básica
para distribuição entre os produtores de sementes.
A partir de 2007, uma parceria entre a
UFPel e a Fundação Pró-Sementes tem proporcionado maior agilidade no processo
de oferta de sementes dos genótipos desenvolvidos pelo programa de Melhoramento
Genético de Aveia Branca aos produtores, ao mesmo tempo em que o apoio da
instituição do setor sementeiro colabora para as pesquisas e a capacitação
profissional dada pelo núcleo de pesquisa. Segundo Oliveira, outro importante
aspecto da parceria é a aproximação da pesquisa com o setor produtivo, o que
possibilita à equipe de melhoramento gerar genótipos que atendam aos anseios do
setor produtivo da aveia.
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